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Preconceitos

Posted by Wesley Marcos on 13:23
Vamos quebrar alguns preconceitos que dificultam o estudo da Matemática, que, aliás, dificultam aprender qualquer coisa. Aqui o foco será a Matemática, mas serve para qualquer área de conhecimento. Vários fatores contribuem para acharmos que Matemática é difícil de aprender, em resumo, que é “chato”. Basicamente, são dois pontos essenciais que fazem ter esse pensamento: não querer se esforçar, já pensando que vai ser difícil; e não conhecer de fato a Matemática. Aquele é o ponto de partida, enquanto este é o ponto de chegada.
Tendo bastante vivência em sala de aula, vou expor como funciona uma aula “básica” no ambiente escolar. Considerando um assunto novo, o professor apresenta um conteúdo oralmente, usando como recursos o quadro-negro, ora escrevendo, ora explicando, demonstrando, e resolvendo alguns exercícios. Praticamente um monólogo. O professor também pode se utilizar de multimídia, com vídeos ou apresentação de powerpoint para dinamizar a aula; e há casos, quando o tempo permite – digo isso, porque devemos considerar a matriz curricular e as dificuldades em sala – o professor apresenta situações interdisciplinares, práticas, e até mesmo música, paródia, etc. 

Enfim, não importa o método que o professor use para mostrar o conteúdo, há um momento que é mais importante, o ápice do aprendizado: a prática. O primordial é fazer, executar os exercícios para verificar se foi assimilada a aula apresentada. Não há compreensão completa do que foi apresentado se não fizer os exercícios, especialmente na disciplina de Matemática. A aula do professor é só o “pontapé” do conhecimento, e não todo o assunto. Um determinado conteúdo não tem fim quando o professor acaba de falar, continua nos exercícios, na parte prática do que se iniciou com a explicação.

Entra em questão o primeiro ponto: “ahhh mas é difícil”. Antes de iniciar a execução dos exercícios, os alunos já começam com a ideia de que é extremamente difícil, impossível de se fazer. Com esse pessimismo, fazem a atividade de qualquer jeito, não param para pensar e rever o que o professor explicou; não consultam o livro para ver o que usar e como usar. Vamos pegar, por exemplo, uma aula de geometria: o professor demonstra como calcular a área do quadrado e do retângulo e, por fim, define a fórmula. Depois passa os exercícios para os alunos confirmarem o que se aprendeu. Mas logo de imediato alguns alunos já perguntam: “como é que faz professor?”. Claro, há também a falta de atenção, mas muitas vezes é o pensamento de que é “muito difícil” que prevalece, e os desanima. E assim não tentam, não pesquisam, não perguntam e não recorrem a ajuda.

Então vamos quebrar esse preconceito: Imagine a Matemática como sendo uma pessoa, mas você está de um lado e ela do outro. Entre você e a Matemática tem um muro enorme, grosso e aparentemente intransponível. Mas então eu estou afirmando que é difícil mesmo? NÃO. A Matemática está do outro lado, linda, mas para chegar até ela depende de você! Aqui eu cito a professora Katarine Jordão do blog Educar com Sapiência: “não é brincando que se aprende”. Aprender exige esforço, trabalho duro. É preciso empreender tempo, se esforçar, exercitar a virtude da Fortaleza. Enfrente a situação. Diante onde você tem um exercício, e a própria palavra lembra movimento, ação. Escale esse “muro”, tente ultrapassa-lo e isso nos levará para o nosso segundo ponto: conhecer a maravilhosa Matemática. Enquanto você se “exercita”, você adquire uma bagagem de conhecimento riquíssima! Você faz descobertas importantes, detalhes que passam despercebidos.

Para finalizar, conto-lhes uma antiga tradição oriental que ouvi esses dia: as mulheres de um determinado lugar, quando se casam, tem que morar na casa da sogra por um tempo, e servi-la em tudo como uma empregada. Depois de um tempo uma mulher procurou um curandeiro, pois não aguentava mais essa situação. O curandeiro lhe deu uma erva venenosa e falou pra que colocasse todos os dias no chá da sogra, mas que perdesse um tempo conversando com a mesma para ter certeza que ela tomava o chá por completo. Então todos os dias a mulher preparava o chá, colocava a erva, e ficava conversando com a sogra para ver se ela tomaria tudo. Depois de um tempo, a mulher passou a gostar da sogra e ficou desesperada pois ela tinha tomado muito veneno. Assim ela procurou o curandeiro querendo reverter a situação e, para sua surpresa o mesmo lhe disse para não se preocupar, pois a erva não tinha veneno de verdade. O veneno estava na mulher que, por preconceito, não gostava da sua sogra sem conhece-la de verdade. 

Moral da história: se esforce para conhecer a Matemática. Tenha Fortaleza, se anime, se empenhe. Diante de um exercício, pesquise, pense, tente. A satisfação plena está no caminho percorrido. E quando chegar, aproveite!

Termino o texto com um provérbio chinês: “tudo que ouço, esqueço; tudo que vejo, relembro; tudo que faço, aprendo”.


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